quinta-feira, 14 de abril de 2016

Universidade Federal: um direito de todos. Inclusive dos milionários




Alguns dias atrás me deparei com este post (https://goo.gl/m91D9U) compartilhado por um amigo. Para quem não tiver paciência de clicar no link, vai um TLDR: o post é uma imagem que diz: "Quem tem renda mais alta poderá ter que pagar mais para cursar universidade pública" e o texto da imagem é "De acordo com o projeto, pessoas com renda familiar acima de 30 salários mínimos pagariam anuidade calculada conforme o custo médio por alunos."

Bom... por onde começar? São tantas "bolas fora" que o senador Marcelo Crivella (PRB-RJ) deu de uma vez só, que fiquei espantado na primeira vez que vi o post. Pensei: "É coisa do Joselito Müller, só pode ser.". Para meu espanto, era de fato a página do Facebook do Senado e o projeto é legítimo e pode vir a ser aprovado. Segundo consta neste link (http://goo.gl/sXTPEb), a proposta deve passar nas comissões de Constituição, Justiça e Cidadania (SSJ) e de Educação, Cultura e Esporte (CE).

Quero começar refutando alguns comentários que vi no post original. Sempre tive o hábito de dividir minhas respostas em partes, para ficar mais claro. Lá vai:

# Comentário 1:
"Por mim nem cursavam a faculdade pública, que deve ser majoritariamente preenchida para quem não tem condições de pagar o ensino superior. Faculdade para todos é ilusão."

Esta frase está certa e errada ao mesmo tempo. Para falar a verdade, depois do primeiro "." ela está certa. Antes, completamente errada.

Vamos começar definindo o que é "patrimônio público" ou "serviço público". Algo que é "público" é para ser usado por todos, sem distinção. Aquilo já foi pago. O imposto para fornecer aquele serviço já foi recolhido e TEORICAMENTE aplicado na prestação do dito (convenhamos, no Brasil temos "fontes de recolhimento" de sobra).

Vou utilizar uma analogia feita pelo Danilo Gentilli no seu DVD "Politicamente Incorreto": "ter que pagar escola pública obrigatoriamente de um lado e escola particular de outro, é como contratar uma prostituta, pagar adiantado, e na hora de tirar a roupa, você percebe que a calcinha dela sai somente se você inserir moedas". É exatamente isso. O Estado te fornece um serviço porco de um lado, e te culpa por ter tido a capacidade de contratar um serviço melhor. É o cúmulo!

Agora pulando para a parte onde o cidadão acertou: "Faculdade para todos é ilusão.". De fato. Mas ainda assim o Estado tenta de forma artificial e forçada, através de cotas e afins, inserir pessoas no meio acadêmico, que na verdade não teriam a menor capacidade de estar naquele lugar. Imagine alguém que estudou a vida inteira em escola pública, sendo "passado adiante" por todos os professores. De repente se depara com um professor de universidade federal que não dá a mínima para os alunos. O que vai acontecer com essa pessoa? Boa parte desiste. E o que acontece com o outro candidato que teve que ceder a vaga a um cotista? Que de fato estaria preparado para o meio acadêmico? Ficou chupando dedo.

# Comentário 2:
"Teve dinheiro p pagar escolinha particular a vida toda, tem dinheiro p pagar faculdade tb"

Dinheiro nasce em árvore? Dinheiro brota em conta de banco? Dinheiro aparece na carteira do nada? Meu velho, tenho experiências próximas de mim que são verdadeiros exemplos. Gente que trabalhava das 7 da manhã até as 22 horas para dar uma vida digna para seus filhos. Gente que não reclamava de deixar de lado licença maternidade pra poder trabalhar mais e dar mais qualidade de vida para os filhos. Mas isso é assunto para outro post, não vou entrar neste assunto.

Não sei sobre o leitor, mas sei sobre minha história: quem pagou meus estudos se ferrou MUITO na vida para poder me dar tudo do bom e do melhor. Fez das tripas o coração para que eu pudesse somente focar minha atenção nos estudos, sem ter que me preocupar em trabalhar ou fazer qualquer outra coisa. E por isso sou muito grato. É algo que as pessoas invejosas da esquerda não conseguem ter: gratidão. É daí que surge a "esquerda caviar", tão mencionada por Rodrigo Constantino. Acham que as riquezas de seus pais ou avôs surgiram do nada e não foram adquiridas com dificuldade.

Ah, tive dinheiro para pagar "escolinha particular" a vida toda, com certeza. Fiz isso voluntariamente. Mesmo o Estado me roubando diariamente para manter o ensino público, recusei este serviço (tenha em mente: chamar serviço público de "serviço", é uma ofensa ao termo, mas continuarei usando para melhor entendimento). Hoje em dia, estudando em universidade particular, o mesmo Estado continua me roubando para sustentar o estudo de outros. E OK, é algo que não conseguiremos nos livrar jamais, tendo em vista a visão poluída de "serviço" que a Esquerda deixou em nossos jovens e (agora) adultos. Teremos que conviver com a falácia dos "serviços públicos gratuitos e de qualidade" durante um bom tempo ainda.
Estava eu ponderando um dia desses... nós podemos ter algo público paralelo ao privado. O serviço público pode existir. DESDE QUE o Estado não atrapalhe no meio privado. Se o Estado não quiser ajudar a iniciativa privada, ok... teremos que lidar com isso. Mas pelo menos que não atrapalhe!

# Comentário 3:
"estudam em escolas partculares do maternal ate o ginasio com ensino privilegiado laboratorios padrão nasa , fazem cursinho em harvard pre vestibular em cambridge intensivão em oxford e depois ocupam vaga em Faculdade publica e tem socialista socialite que acha ruim o projeto"

Percebem a ingenuidade do cidadão? Como ele é prontamente rápido ao atacar os opositores do projeto? Isso tudo sem se dar conta de que o próprio Estado é o culpado! O Estado fornece um serviço porco, tenta remediar através de cotas, não consegue. Tenta sustentar seu serviço, não consegue, tenta cobrar duplamente dos que "tem demais". É falha atrás de falha. Como disse Milton Friedman: "Se colocarem o governo federal para administrar o deserto do Saara, em cinco anos faltará areia". É exatamente isso. O Estado não é um bom administrador de recursos. Não sabe como fazer seus recursos renderem ao máximo e economizar mão de obra. Quer apenas ficar mais inchado e tornar as pessoas mais dependentes dele do que nunca.

Acredito que de comentários isso esteja de bom tamanho, agora para o PL (PLS 782/2015) em si.

Algo que vejo pouca gente apontando (o que me preocupa muito) é que o óbvio não é falado: o povo que obteve prosperidade está sendo condenado por isso. Pare. Reflita. Percebe o quão absurdo é isso? Quão nefasta é essa lógica? Sigam-me os bons: qual o benefício de tentar obter conforto econômico se o Estado vai te roubar cada vez mais por conta disso? Por que as pessoas sequer tentariam economizar dinheiro e ter um bom salário se elas vão ser ainda mais roubadas? O Estado está basicamente dizendo: “tome cuidado… se você tiver muito sucesso, eu vou fazer o possível para que você volte ao estágio anterior e retorne para sua vida medíocre”. Se você tentar melhorar, vai ser punido de todos os lados, e ainda por cima vai ter que aguentar pessoas dizendo que você teve “sorte” e que “nasceu em berço de ouro”.

EM BREVE: farei a refutação completa do PL.

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